O Brasil é um dos campeões mundiais em acessos as redes sociais. O país ocupa o terceiro lugar, já que o internauta brasileiro fica, em média, nove horas e 14 minutos por dia conectado. O número, levantado pela Hootsuite e We Are Social, coloca o país atrás apenas de Tailândia (com nove horas e 38 minutos) e Filipinas (com nove horas e 24 minutos).
É importante falar sobre esses dados pois, o assunto que vamos tratar nesse artigo é a famosa “luz azul”. Mas, o que seria essa luz? É o que veremos a seguir.
A luz azul é um intervalo do espectro de luz visível, com comprimento de onda situado entre 400 e 450 nm. Hipoteticamente, se pudéssemos dividir a luz branca em partes, a luz azul seria uma de suas componentes. Ela é um elemento muito presente em nossa rotina. Estamos diante dela através da luz do sol, quando ascendemos uma lâmpada, ligamos o computador e claro, através dos nossos smartphones.
A luz azul é essencial para a regulação do nosso ritmo circadiano. Isto é, os inúmeros “relógios” do nosso corpo que ditam os timings do seu funcionamento. Assim, uma das suas funções mais importantes é definir o nosso ritmo sono-vigília, isto é: quando é que devemos dormir e quando devemos estar despertos. Além disso, deixa-nos mais alerta, melhora a nossa memória e funcionamento cognitivo e equilibra o humor.
Novos estudos, sobretudo no campo da Oftalmologia, mostram os efeitos prejudiciais da luz azul, que irradia do sol, de LEDs, celulares, tablets, televisores e computadores. A luz que penetra o olho humano é dividida em luz visível, incluindo comprimentos de onda de 380 a 780 nm, e luz não visível, que inclui luz no alcance ultravioleta (luz UV) e alcance infravermelho (luz IR).
O excesso de luzes nessas faixas pode provocar inflamação dolorosa da conjuntiva e da córnea, causar lesões no cristalino do olho (com o aparecimento de catarata, por exemplo) e, principalmente, na retina, desencadeando o desenvolvimento de degeneração macular. Além disso, a luz azul prejudica a qualidade do sono. Isso acontece porque, ao ser absorvida pela retina, ela estimula o cérebro a ficar alerta e limita a produção de melatonina, hormônio que induz o descanso.
A pandemia do Covid-19 obrigou grande parte da população mundial a ficar de quarentena em casa. Isso fez com que a exposição a telas de TV, celulares, tablets, computadores e outros eletrônicos aumentasse, seja por causa do home office ou aulas online, que exigem horas em frente ao computador, ou pelo lazer de navegar pelas redes sociais e assistir séries e filmes.
É aconselhável estar atento à quantidade de horas de exposição às telas, já que, além da luz azul, o contato prolongado dos olhos com os aparelhos digitais provoca fadiga ocular.